Bernardo Nápoles sonha com o mar, mas está a trabalhar em altitude e com os pés bem assentes na terra. A costela de marinheiro está por ora adormecida, e são os problemas da vinha e do vinho que lhe ocupam todo o tempo. Aqui, na sua propriedade em Tabuaço, dedica-se a fazer brancos, rosés e tintos com solidez e carácter. Vinho do Porto? Talvez um dia…
À Quinta do Monte Travesso chega-se sem dificuldade. É provável que, quer no caminho, quer ao chegarmos à quinta, nos cruzemos com viajantes em autocaravanas. A razão é que Bernardo Nápoles facilita o estacionamento destes visitantes na propriedade, favorece o uso de instalações sanitárias e não esconde as vantagens que daí advêm quando nos lembra que “é gente diferente, muito interessada em vinho, em fazer provas e, o que nos interessa particularmente, em comprar vinho. Quando vão embora levam caixas na carrinha”. Chegam através de sites como o Park4night e o resultado tem sido muito animador, “é gente diferente das caravanas de praia”, recorda. À quinta acorrem turistas para provas, eventualmente para refeições ou para usarem as duas casas que estão disponíveis para receber visitantes. Tal como acontece cada vez com mais frequência no Douro, o enoturismo está a ter um peso muito importante na facturação, cerca de 40%, diz-nos Bernardo. É claro que uma das primeiras medidas práticas para poder receber visitas foi ter copos de qualidade e frigoríficos para manter os vinhos à temperatura certa.
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