«O ovo é das melhores proteínas e das mais baratas no mercado», entrevista a Manuel Sobreiro, administrador do Grupo CAC

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Em 1986, Manuel Sobreiro foi convidado a dar o seu contributo nos contactos com os produtores de ovos para a formação de uma cooperativa, tendo aceitado fazer parte da primeira direção. Cinco anos depois, coube-lhe a responsabilidade de ficar à frente do destino da CAC – Cooperativa de Avicultores do Centro. Hoje, o grupo conta com um efetivo global de 2.250.000 galinhas, emprega 250 trabalhadores diretos e outros 250 indiretos e embala cerca de 600 milhões de ovos, todos os anos. À conversa com o administrador do grupo, tentámos perceber todo o processo produtivo, desde os centros de recria, às fábricas de rações, às explorações de produção, aos centros de inspeção, classificação e embalamento deste superalimento.

TECNOALIMENTAR: Como surgiu a Companhia de Avicultores do Centro?

MANUEL SOBREIRO: A CAC nasceu há 37 anos, na Bidoeira de Cima. Hoje, o mesmo local é a sede da empresa e a principal instalação do grupo onde se inspeciona, classifica e embalam ovos provenientes das explorações distribuídas por 25 concelhos do país. A CAC sempre funcionou como uma organização de produtores, desde 1986 até 1996 como cooperativa, onde chegou a ter 65 pequenos produtores de ovos. Em 1996 deu-se a transformação da empresa em sociedade anónima passando a designar-se CAC II – Companhia Avícola do Centro, S.A. Nessa época não havia grandes produtores, não havia hipermercados, não havia nada do que há hoje. Funcionava o pequeno retalho, repleto de intermediários. Por essa razão, na altura foi decidido constituir uma cooperativa que concentrasse a produção dos produtores da região de Leiria e Pombal e, assim, dar um passo no sentido da comercialização conjunta dos seus produtos (ovos).

TA: Os núcleos e fábricas estão estrategicamente dispersos?

MS: Contrariamente aos nossos concorrentes, não temos unidades concentradas de produção. Temos cerca de 50 explorações, espalhadas pelo país e distribuídas por 25 produtores integrados. Esta dispersão territorial existe porque a redefinição estratégica que a empresa fez, em 2012, levou a fazer uma aposta na “produção alternativa de ovos”, ou seja: ar livre, biológico e solo. Isto levou-nos ao interior do país, em locais onde encontrávamos maiores e melhores espaços, mais baratos, onde demos o nosso contributo à melhoria da interiorização. Hoje, todas as nossas explorações de ar livre e biológicas estão situadas no interior do país, em locais estratégicos para tirar um melhor partido da biodiversidade, tão indispensável às nossas explorações, desses locais salientamos: Aguiar da Beira, Gouveia, Oliveira do Hospital, Arganil, entre outras.

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