A magia do mercado

A experimentar

Entrar num mercado é como dar um mergulho na Natureza pura, seja terra ou mar. Os olhos descansam no verde das tronchudas, atiçam desejos nos laranja-ocre das abóboras-menina e das tangerinas, fixam-se no carmim vibrante dos rabanetes e tomates, no brilho do peixe e marisco. Tudo tão fresco e acabado de colher ou pescar, paleta ideal para cozinhar e nos inspirar. O Mercado de Matosinhos é um daqueles sítios de eleição para reaprender o gosto pela vida que aqui fervilha entre legumes, peixes e frutas, numa imensa família de afetos. E, cereja no topo do bolo, pode saboreá-los nos vários restaurantes que povoam o espaço.

Mal se entra no Mercado de Matosinhos, parece que atravessamos outra dimensão. Perdemo-nos pelos labirintos dos cheiros de hortelã, do funcho e coentros, observamos um molho de nabos branco-róseo e suas nabiças, as pencas viçosas e as tranças de cebola roxa. Logo temos uma paleta que nos faz compreender como é ténue o laço entre arte e natureza.
Fugindo da chuva torrencial lá fora, aterramos num lugar quente e aconchegante, onde apetece ficar. Há sons, cheiros e cores que provocam os nossos sentidos e nos fazem logo sentir felizes. Sim, sentir felizes. Não são só as bancas de legumes e fruta, de hortaliças e flores, de peixes de vários formatos com brilho especial.

São as pessoas. A proximidade, a conversa com os vendedores, muitos deles património humano deste espaço que o torna ainda mais singular, estabelecendo assim relações de confiança.
Como a menina Olga, como lhe chamam, porque está aqui desde os 16 anos. “Tenho muitos fornecedores da Póvoa e lavradores de Lavra”, conta-nos enquanto arranja o cantinho das ervas aromáticas e já sentimos o perfume mesclado da salva, do tomilho-limão e do cebolinho, como se estivéssemos em plena na horta.

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