Vinhos Verdes, um assunto de guarda

A experimentar

“Vinho Verde com 20 anos de idade!? Uau!” Esta demonstração de espanto de um participante estrangeiro, profissional do mundo dos vinhos, numa das várias provas comentadas de Vinho Verde decorridas na Essência do Vinho 2023, é igual à de muitos dos portugueses que meteram na cabeça que os vinhos desta  região se bebem, exclusivamente, o mais novos possível. O certo é que há vinhos brancos na região, que são ilustrativos de um poder de guarda e de maturidade fenomenal ao longo de vários anos.
A região dos Vinhos Verdes é enorme. A diversidade desse território permite a criação muitos e diferentes estilos de vinhos. Em comum, todos eles possuem inigualável frescura e acidez revigorante e apresentam-se de baixa a moderada graduação alcoólica. Uns com ligeiro gás, outros sem gás. Uns são meio secos (com alguma doçura residual), outros totalmente secos. Uns feitos unicamente em inox, intensos no perfil tropical, limão e floral, e outros que cheiram menos e são vinificados e estagiados com recurso a barrica de carvalho, por exemplo. A título de curiosidade, hoje, na região os brancos lideram, pelo menos desde os meados dos anos de 1990, mas por muito tempo os tintos prevaleceram.

Há os vinhos brancos mais despretensiosos, ligeiros e agradáveis para matar a sede e que nos alegram nos dias quentes diante de um singelo petisco, outros de teor alcoólico mais elevado, podendo chegar aos 14%, de produção mais reduzida e que apresentam condições de guarda, ao conciliar a sua maior estrutura à revigorante acidez e que, em conjunto, criam as condições ideias para desafiar o tempo e que ao envelhecer durante anos, aumentam a sua riqueza e complexidade de sabor. Alvarinho é a casta, de Monção-Melgaço até Amarante, com maior reconhecimento na aptidão ao envelhecimento.

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