Ornellaia, um “Super Toscan”

A experimentar

A crítica norte-americana trouxe para a ribalta a Toscana, em especial os “Super Tuscan”, habitualmente lotes de castas francesas com a tradicional Sangiovese. Mas, sendo um super toscano, Ornellaia não recorre à variedade italiana, centrando-se no Cabernet Sauvignon e no Merlot, sem esquecer o Cabernet Franc e o Petit Verdot. A convite da Luxury Drinks, que representa o produtor em Portugal, a Revista de Vinhos provou o novo Ornellaia 2019, um vinho com nervo italiano mas finura francesa…

Ornellaia é um enredo digno de boa novela. Lodovico Antinori criou a propriedade em 1981, tendo a primeira colheita sido de 1985. Em 1999 vendeu 50% ao amigo Robert Mondavi, tendo em 2002 alienado os restantes 50%. À época, a Mondavi tinha a política de não assumir por inteiro a gestão de propriedades fora dos Estados Unidos, pelo que procurou um novo parceiro local. Como já estava em Itália com os Frescobaldi (Tenuta Luce), vendeu 50% a dois membros da família. Entretanto, em 2004, a Constellation toma conta da Mondavi e tenta alterar a posição no projeto. Porém, os Frescobaldi tinham direito de preferência em contrato, acionam a opção e passam a totais detentores de Ornellaia.
Os Marchesi de´ Frescobaldi, com Marquis Ferdinando Frescobaldi como presidente e Giovanni Geddes da Filicaja como CEO, lideram.

A direção foi entregue, desde 2015, ao enólogo e diretor de produção Axel Heinz. Alemão de nascimento, francês de formação e de nacionalidade, “um toscano adotivo”, enfatizam os proprietários. Olga Fusari, essa sim, toscana de nascimento, é a enóloga que gere o quotidiano. Michel Rolland, “globetrotter” da enologia mundial, continua consultor. É o “dream team” que tem em mãos um dos “Super Tuscan” que a crítica norte-americana ajudou a valorizar e a popularizar mundo fora.
A matriz é claramente mediterrânica. Aliás, estima-se que há milhões de anos a atual área de Ornellaia tenha estado submersa no Mediterrâneo, suspeita alicerçada na quantidade apreciável de fósseis marinhos que se encontram no chão – os solos têm bastante argila, há aluviões e apontamentos calcários, à medida que se progride em altitude (suaves colinas até 120 metros acima do nível do mar) encontram-se até pedras vulcânicas.

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