As arrozadas dos Patinhos

A experimentar

O crítico Ricardo Dias Felner foi ao Baixo Mondego aprender que, afinal, arroz de pato pode ser um prato sublime. Na memória, trouxe um restaurante para voltar muitas vezes e correr a carta. 

Foi o arroz que me levou aos Patinhos. Andava pelo Baixo Mondego, entre Montemor-o-Velho e a Figueira da Foz, a pesquisar sobre os carolinos da região, quando me falaram num restaurante “onde o cozinham a preceito”. 

Descobri depois que o arroz usado no restaurante era um dos meus preferidos: o carolino da Quinta do Seminário. Eis um dos poucos arrozes de terroir de Portugal, no caso do Vale do Pranto, um idílio ameno de sossego e passarada e lontras. Uma benesse edafoclimática que não valorizamos.

Vivemos num país com o maior consumo de arroz per capita da Europa, um dos maiores produtores (terceiro lugar), mas comemos o bago que nos derem, sem querermos saber da origem e da qualidade. 

Para se ter uma ideia, a maioria do arroz de topo de gama do maior comprador de Montemor-o-Velho, a Novarroz, vai para os países do Médio Oriente. Por regra, os portugueses ficam com os da segunda divisão. 

O carolino da Quinta do Seminário, da variedade Ariete, é de primeira, mas quase só consumido em alguns restaurantes da zona. A produção está, hoje, nas mãos de Telmo Martins, sedeado em Vila Nova de Anços. Telmo Martins respeita a terra, estando em produção integrada, e põe pouca semente por metro quadrado, porque entende que assim  as plantas crescem maiores e mais saudáveis. 

É possível comprar-lhe o arroz directamente, em sacos de cinco quilos, coisa que já fiz e recomendo (91 821 7051). Mas antes convém ir aprender com quem sabe. E os Patinhos sabem. 

O restaurante fica às portas de Montemor, mesmo à saída da A14, entre a Figueira da Foz e Coimbra. Há um parque de estacionamento grande e o restaurante é também ele grande. Os Patinhos são, aliás, craques de casamentos e baptizados, tendo ali perto um espaço dedicado a eventos. 

No restaurante, há um cheirinho a modernidade, talvez um pouco requintada demais, com luzinhas demais. Mas o mais importante é assegurado: conforto e boa comida. 

Fotografia: patinhos.com.pt

A refeição pode abrir com um pratinho de escabeche. Em duas visitas, calhou-me sempre em sorte robalo, pré-frito, sequinho, cortes cheios de sabor e textura, porventura da zona da gola (alheta). Uma maravilha para entremear com a broa de milho caseira, ainda morninha. 

Nos principais, o pato está no centro da carta, como seria de esperar, seja assado no forno, com batatas e migas, seja em arrozes, caldosos e de cabidela, ou seco no forno. Na época, que agora está ao rubro (não estava, quando lá fui há três semanas), é afamado o arroz de lampreia e o ensopado de enguias (ali perto, no Mondego, está uma das produções mais prolíficas do país). 

E há ainda os pratos do dia. No caso, calhou-me um arroz de entrecosto e míscaros, caldoso, ligeiramente avinagrado, os bagos inteiros mas cozidos, a saber a arroz. Noutra visita, todavia, fui pelo arroz de pato no forno. Em boa hora. 

É raro pedir arroz de pato em restaurantes. Há quase sempre pouco pato para o arroz. E o arroz é quase sempre fraco e sobrecozido. Noutro estilo, a gordura abunda com bacon e chouriço manhoso. 

Ora, não nos Patinhos. O arroz de pato dos Patinhos estava perfeito. Os bagos da Quinta do Seminário pareciam desenhados, nem crus nem espapaçados, cozidos com amor com o caldo da cozedura da ave. Sabia a pato e a arroz. Do bom. Não me lembro de ter sido tão feliz com este prato. 

Nas sobremesas, sugiro que passe tudo o que lhe quiserem vender que não sejam as queijadinhas de Tentúgal da casa. 

DR

Resumindo. Come-se muitíssimo bem nos Patinhos, onde a cozinha usa produto do bom e tem uma sensibilidade extraordinária para o sabor. É tudo bem feito, das sopas às sobremesas, mas ir lá e não provar os arrozes seria como ir aos pastéis de Belém comer uma torrada.

Preços muito justos para a qualidade. Por 25 euros sai-se feliz e completo, se não se for para garrafas mais ambiciosas, que também as há.   

Patinhos, Ladeira dos Caiados, Carapinheira (Montemor-o-Velho). 96 561 5073, patinhos@patinhos.com.pt. Serve almoços e jantares de Terça a Sábado. Ao domingo, só abre para almoços. Encerra à Segunda-feira. 


Ricardo Dias Felner
Escritor e Jornalista

 

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