10 de Abril de 1896…
17 homens começam uma corrida em Atenas, 13 gregos e 4 de outras nações. Um deles, Spyridon Louis, provinha de uma pequena vila grega, Maroussi, nos subúrbios de Atenas, e treinou para esta prova de uma maneira, digamos que, pouco convencional … carregando água entre Maroussi e Atenas.
O pai de Spyridon era dono de uma empresa de águas, e como naquela altura Atenas ainda não possuía uma rede de abastecimento robusta, havia uma enorme necessidade de água mineral para consumo humano. Em resultado disso, o negócio da água era bastante lucrativo, fazendo com que Spyridon passasse os seus dias entre a vila e a cidade.
Até aquele dia a maratona nunca havia sido disputada, apesar de já ter sido sugerida como competição olímpica pelo francês Michel Bréal. Para honrar a lenda do mensageiro Pheidippides, que segundo Heródoto, foi enviado para pedir ajuda em Esparta antes da batalha de Maratona em 490 a.C., os gregos decidiram organizar a primeira maratona, nos primeiros jogos Olímpicos da era moderna em 1896, corrida essa que seguiria o mesmo percurso usado por Pheidippides.
Spyridon não era o favorito para vencer aquela corrida pois tinha terminado em quinto lugar numa corrida de qualificação, realizada uns meses antes. A maratona começa e o favorito, o francês Albin Lermusiaux, assume imediatamente a liderança. Muitos tinham vindo de diversos países apenas para ver correr esta famosa “lebre”. A meio da corrida, Spyridon, enquanto perseguia o veloz francês, faz algo inesperado e que ficaria para a história…
Spyridon para na cidade de Piekrmi para beber um copo de vinho. Regressa à prova com uma energia revigorada e rapidamente alcança Albin Lermusiaux.
Mesmo antes dos maratonistas terem entrado no Estádio Panathenaic, o publico focava a sua atenção na zona de entrada na pista. Quem surgiria na frente? Era quase certo que seria o grande Albin Lermusiaux. Ouve-se então o burburinho. Quem entra na pista, na frente, para os quilómetros finais, é Spyridon.
A informação começa a percorrer as bancadas: “O grande Lermusiaux desistiu no quilômetro 32, completamente exausto”. Os apoiantes gregos vão à loucura com a possibilidade de um seu conterrâneo ser o primeiro vencedor da maratona olímpica. Spyridon faz os últimos metros com as bancadas completamente em êxtase e ao som de palmas, cânticos e vivas. 2 horas, 58 minutos e 50 segundos após ter iniciado a prova, Spyridon corta a meta e atinge a imortalidade.
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