Diretor de restaurante pede garantias que enxurradas “não se repetem” no Porto

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O diretor de um restaurante na rua das Flores, uma das artérias afetadas pelas enxurradas que ocorreram sábado no Porto, pediu aos eleitos da Assembleia Municipal garantias de que o fenómeno não se irá repetir.

As questões de Pedro Pereira da Silva tinham como destinatário os vereadores da Câmara do Porto, mas a ausência de membros do executivo na sala da Assembleia Municipal – uma vez que a sua presença não é obrigatória no período dedicado à intervenção do público – não deixaram ao diretor de um dos restaurantes na rua das Flores outra alternativa que a de colocar as questões aos eleitos municipais.

“Podem garantir a quem tem restaurantes ao longo da rua das Flores e da Mouzinho da Silveira que esta foi uma situação esporádica, um mal que veio por bem e que será corrigido com urgência para evitar situações futuras, ou é algo que a cidade está condenada por crescimento e algum tipo de desregulação a nível construtivo a que estamos e estaremos sempre sujeitos?”, perguntou.

Aos eleitos, Pedro Pereira da Silva fez também questões sobre o leito do Rio de Vila, os coletores, as obras da Metro do Porto e as “garantias” que a autarquia pode, neste momento, dar aos estabelecimentos de restauração e comércio daquela zona da cidade de que o fenómeno não se irá repetir.

“Que soluções é que a câmara tem de imediato e de futuro?”, reforçou o diretor do restaurante.

Ao munícipe, o presidente da Assembleia Municipal do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, garantiu que as preocupações foram “anotadas” e que iria tentar perceber “o que é que a câmara pode responder”.

O concelho do Porto registou, no sábado, em menos de duas horas, 150 pedidos de ajuda por causa das inundações em habitações e vias públicas, principalmente na baixa da cidade, disse à Lusa fonte da Proteção Civil local.

As enxurradas causaram também danos em algumas habitações na zona das Fontainhas.

O vice-presidente da câmara municipal, Filipe Araújo, destacou que a autarquia não estava preparada para o que se sucedeu na Rua Mouzinho da Silveira, perto da estação de São Bento e da Ribeira, e onde decorrem obras da Metro do Porto, considerando que as obras que estão a decorrer podem ter provocado alguma alteração.

Na sequência das enxurradas, a Metro do Porto pediu um estudo ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre as condições da empreitada da Linha Rosa, que decorre na baixa da cidade.

À Lusa, o chefe da divisão de Previsão Meteorológica e Vigilância do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Nuno Lopes, disse na segunda-feira que “é muito pouco provável” que o sucedido no Porto no fim de semana volte a acontecer, sem descartar totalmente essa possibilidade.

“Que pode voltar a acontecer, pode. Que é provável, não. É muito pouco provável”, disse, por Skype, explicando que para o fenómeno de fortes chuvas e enxurradas suceder novamente, “para além das condições estarem todas reunidas, tem de ser exatamente naquele sítio”.

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