A Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB) antecipa para este Natal “movimento” na restauração e hotelaria local e “alguma retração” no comércio, como disse hoje à Lusa a presidente, Maria João Rodrigues.
A ACISB tem perto de 500 associados de vários ramos da atividade e, pelo que tem observado localmente, há um aumento nos negócios em geral nos últimos dias, mas são a restauração e a hotelaria que apresentam as perspetivas mais animadoras para as festas desta quadra.
Com o fim das restrições impostas pela pandemia covid-19 nos dois últimos anos, regressam os tradicionais jantares de Natal das empresas e “isso faz movimentar a parte hoteleira e da restauração”, segundo a presidente da ACISB.
“Os restaurantes, neste momento, todos estão a faturar substancialmente, não temos um estudo que permita avaliar, mas é pelo que nos dizem e pelo nível também de reservas de quartos nos hotéis nossos associados”, afirmou.
Entre os associados estão os maiores hotéis de Bragança, onde o movimento já se faz notar, assim como na restauração, impulsionado também pela animação da “Terra Natal e de Sonhos”, nomeadamente a pista de gelo, uma iniciativa da câmara municipal que chama turistas espanhóis e de outras zonas da região.
“Há turistas que vêm, há especialmente uma avalancha dos nossos vizinhos espanhóis nos fins de semana e feriados. Quando há feriado em Espanha nota-se uma grande afluência de turistas espanhóis aqui na nossa região”, sustentou.
A presidente da associação não tem dúvidas de que a hotelaria e, sobretudo a restauração, estão com um movimento maior que o resto do comércio na cidade capital de distrito.
“Eu se quiser marcar para um determinado restaurante e se quiser levar um grupo de 20 ou 30 pessoas, se calhar já não consigo marcar (com pouca antecedência), porque já há reservas. E há muitos restaurantes em Bragança e todos estão a fazer um movimento bom”, assegurou.
A representante dos comerciantes nota que “têm aberto novas empresas” em Bragança nos últimos tempos, nomeadamente na área da restauração, cafés e comércio, “o que é bom para a cidade porque cria postos de trabalho e riqueza”.
Porém, no comércio, apesar de as vendas terem “aumentado um pouco” nos últimos dias, o que observa é que “os consumidores estão com muito receio de gastar”.
“Enquanto nesta altura (noutros anos), muitas pessoas já tinham feito a maior parte das compras de Natal, este ano ainda não estão a fazer do mesmo modo que fizeram antes”, indicou.
Maria João Rodrigues nota que há mais gente a comprar no comércio tradicional e salienta que a associação tem apostado em campanhas nesse sentido, mas diz que “as pessoas estão com medo de comprar dada a crise energética e o aumento dos juros do crédito”.
“Estão retraídas, muito retraídas”, vincou.
A presidente da ACISB acredita, no entanto que “há ânimo” nos negócios para encarar o mês de dezembro.