É para mim também tempo de nostalgia, de doces memórias, de sonhar com o natal da infância, e de pensar em quem já cá não está. Esse natal que parecia ser sempre com mais tempo e mais vivido. Feito de sonhos e do campo. De ir apanhar musgo e enfeitar o presépio construído a rigor. Dos pinheirinhos do meu avô Zé. Do forno a lenha aceso todo o dia e pela noite dentro. Da família toda junta à mesa, com comida simples, humilde e verdadeira. Dos filhós da minha avó. De dormir enroscadinha entre o meu avô e a minha avó. De acordar e ainda em pijama ir até à lareira e chaminé e ver o que o menino Jesus me tinha deixado no sapatinho. Que saudades desse natal. Desse calor humano, em que eu me deixava abraçar e permitia sonhar.Não quer dizer que já não seja um natal tradicional, e nele estejam pedaços de todas essas memórias vividas e saboreadas na nossa mesa. Os tempos são outros, e o tempo parece passar demasiado rápido, tão rápido que quase nem deixa levedar a massa dos filhós e bolo raínha. Tentamos desacelerar, perder o ritmo a que vivemos, para o vivermos. Para este natal só quero isso, tempo. Abrandar o ritmo e apreciar os bons momentos, mimar os nossos e aproveitar o tempo que temos juntos. Enrolar os filhós no açúcar e canela, preparar o arroz doce e comer uma taça ainda morno, comer mais um bombom, abraçar quem devíamos abraçar mais vezes, enviar cartas escritas à mão a quem está longe e passar mais tempo à beira do lume, a conversar e a contar histórias desses outros natais.
E na nossa mesa não pode faltar o bacalhau, este ano bem cremoso, envolvido com camarão e batata-doce num béchamel, e gratinado com queijo no topo. Feito com os meus produtos de eleição Makrochef da Makro Portugal.
Resta-me deixar votos de um feliz Natal a todos os meus leitores e colaboradores, a quem por cá vai passando e deixando uma mensagem, obrigada pelo vosso carinho. Obrigada pelo tempo que me dão. Que seja um Natal cheio de paz e amor, de momentos doces e felizes.