Óleos minerais: os desafios para a Indústria Alimentar

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Os óleos minerais podem ser encontrados em géneros alimentícios e têm sido fonte de preocupação, para vários setores da Indústria Alimentar, incluindo fornecedores de materiais de embalagem e laboratórios comerciais.

Os Hidrocarbonetos de Óleo Mineral (MOH – Mineral Oil Hydrocarbons) são uma mistura complexa de compostos químicos encontrados em vários produtos petrolíferos derivados do óleo mineral cru. A contaminação dos géneros alimentícios com MOH pode ocorrer em vários pontos da cadeia alimentar, e como existem indícios de que os MOH são cancerígenos e/ou mutagénicos, têm de existir medidas para monitorizar, prevenir e eliminar a presença de tais compostos2.

Todas as substâncias derivadas de óleo mineral – incluindo análogos químicos de fontes não-minerais – podem ser referidas pelo termo genérico instituído pelos acrónimos MOSH/MOAH1. Os Hidrocarbonetos Saturados de Óleo Mineral são referidos como MOSH (MOSH – Mineral Oil Saturated Hydrocarbons) e os Hidrocarbonetos Aromáticos de Óleo Mineral como MOAH (MOAH – Mineral Oil Aromatic Hydrocarbons). A identificação de fontes potenciais destes compostos nos processos de produção representa um desafio, devido à complexidade das matérias-primas e dos materiais de embalagem utilizados.

Esta dificuldade de identificação das causas raiz para o aparecimento de MOH nos géneros alimentícios é transversal à cadeia agroalimentar, e particularmente desafiante quando envolve produtos originários de Países Terceiros.

As possíveis fontes de MOH em géneros alimentícios são diversas. Uma das formas para o aparecimento de MOH num produto é através da transferência ou migração para produtos embalados em materiais de embalagem que contenham fibras recicladas e/ou de embalagens com tintas de impressão com óleos minerais na sua composição1. A transferência não requer necessariamente o contato direto entre os géneros alimentícios e o material que contém os MOH, pois pode ocorrer por via gasosa, o que potencialmente dificulta a identificação da fonte1. No entanto, devido ao intenso trabalho da Indústria, foi possível minimizar, em grande medida, a contaminação causada por embalagens de géneros alimentícios impressas, mudando para tintas isentas ou com baixo teor de óleo mineral. A migração para os géneros alimentícios depende da temperatura e ocorre em geral por evaporação (via fase gasosa) e condensação no produto1. Existem também contaminações não intencionais ao longo da cadeia de processamento. As razões podem ser numerosas: o ambiente geral pode levar à contaminação inevitável de matérias-primas alimentares com hidrocarbonetos de óleo mineral, por exemplo, de processos de combustão (entre outros, gases de escape de motores de combustão, incêndios florestais) e através das partículas de estradas alcatroadas1. Alternativamente, é possível que peças de máquinas lubrificadas possam ser a fonte de contaminação, quando entram em contato com os produtos durante a colheita ou produção.

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