Uma produtora irreverente, um restaurante fora da caixa e uma garrafa de 15 litros juntam-se e são um belo pretexto para falarmos de um assunto que não é levado a sério em Portugal – vinho em garrafas magnum e outros grandes formatos.
Diana Silva tinha 33 anos quando, em 2017, provocou um pequeno sismo do mundo do vinho da Madeira ao criar uma linha de vinhos feitos a partir de Tinta Negra, que é, por oposição às nobres castas Verdelho, Malvasia, Sercial, Boal e Terrantez, uma espécie de patinho feito da viticultura madeirense. Sendo muito produtiva e abundante, é usada para a produção de vinho Madeira de entrada de gama.
Na altura, quando Diana insinuou que ia fazer DOP Madeirense com Tinta Negra, houve quem pensasse que teria perdido o juízo (a família e o próprio enólogo). Ainda por cima, deu-lhe para, além de vinho tinto e rosé, fazer um blanc de noirs de Tinta Negra – coisa nunca vista. Como é aquela mulher que ganha força à medida que toda a gente lhe aponta erros imaginários, remou contra todos e a marca nasceu. Como estamos em Portugal, não durou muito tempo até aparecer outro vinho de Tinta Negra no mercado. Ainda bem.
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