“Caravanas” de navios carregados de cereais liderados pela marinha ucraniana navegarão pelo Mar Negro assim que as equipas navais construam rotas a partir dos portos do sul em Odesa, Chornomorsk e Pivdennyi, disse Serhiy Bratchuk, um porta-voz da administração militar de Odesa, citado pela “BBC”.
Na semana passada, foi assinado um duplo acordo entre a Rússia e a Ucrânia com a Turquia, ONU para desbloquear a exportação de cerca de 25 milhões de toneladas de cereais presos nos portos do Mar Negro, essenciais para a segurança alimentar global.
Parte do acordo incluía o compromisso russo de não atacar portos e navios, nomeadamente na região de Odessa. Contudo, no dia seguinte, Moscovo destruiu a infraestrutura militar do porto de Odessa, vital para a exportação de cereais ucranianos. Inicialmente, o Kremlin negou envolvimento, mas bastou apenas outro dia para o anunciar publicamente. O governo ucraniano acusou a Rússia de “cuspir na cara” da ONU e da Turquia, segundo a “Reuters”. Tanto a ONU com a UE condenaram os ataques.
E na manhã de quarta-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Andrei Rudenko, alertou que o acordo pode entrar em colapso se os obstáculos às exportações agrícolas russas não forem removidos, segundo a “Interfax”.
Apesar da incerteza, Bratchuk disse que a Ucrânia pretende manter o acordo e comprometeu-se a cumprir suas obrigações. Especialistas militares e civis vão “procurar cuidadosamente objetos subaquáticos, instalar meios especiais de equipamentos de navegação que ajudarão a segurança da navegação”, acrescentou.
Entretanto, o ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, abriu um centro conjunto de coordenação de cereais em Istambul.
Equipado por funcionários ucranianos e russos, bem como inspetores turcos e da ONU, o centro garantirá a passagem segura de navios ucranianos e os inspecionará em busca de armas quando entrarem e saírem do Mar Negro.
“Os funcionários que trabalham neste centro estão cientes de que os olhos do mundo estão sobre eles”, disse Akar a jornalistas, citado pela “BBC”. “Esperamos que o centro dê a maior contribuição possível às necessidades humanitárias e à paz”.
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