Por: Eduardo Pinto
Dificuldades começaram a sentir-se durante a pandemia, mas foram agravadas pelas consequências da guerra na Ucrânia. Muitos vitivinicultores vão ter dificuldades para manter a atividade.
Os produtores de vinho portugueses não escondem o desespero com o continuado aumento de custos de produção, o que poderá deixar alguns numa situação aflitiva. Todos os produtos de que necessitam na vinha e na adega (garrafas, rolhas, rótulos, cartões), por exemplo, estão muito mais caros e vai ser difícil fazer repercutir essa subida de preços na venda ao público.
Vítor Rabaçal é um vitivinicultor e enólogo do concelho de Carrazeda de Ansiães que produz cerca de 12 mil garrafas de vinho por ano. A atividade na sua Quinta da Bulfata já começou a ficar mais dispendiosa durante a pandemia, pois já havia “aumentos de preço e atrasos na entrega de alguns produtos, como vidro, rolhas, cartão, entre outros”.
Mas a guerra na Ucrânia fez “disparar” o preço dos combustíveis. Consequências: “No vidro houve aumentos de 100% ou mais, no cartão os aumentos são semanais”, exemplifica. A subida de preços também foi “brutal” nos produtos que utiliza na vinha para a produção de uvas, “quer os fitofármacos, quer nos herbicidas, poucos, que ainda têm de se usar”.
O problema vai ser repercutir o aumento dos custos de produção na venda ao consumidor, pois “não gosta de comprar a um preço à segunda-feira e a outro na sexta”. Por outro lado, com o aumento das taxas de juro nos bancos, Vítor Rabaçal prevê que o poder de compra […]
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