# Chez Gilbert | Tomar
O belga Gilbert Van Lee descobriu Tomar quando comprou uma casa em Dornes, a 15 minutos dali. Ao princípio concentrou-se na cozinha francesa, mas a pandemia obrigou-o a estender à
gastronomia grega. Lá dentro, embora o ambiente remeta para um eterno verão nas ilhas gregas, as imagens continuam a contar a história da música e do cinema franceses. Na cozinha, Gilbert vai preparando carpaccio de vieiras com foie gras, caviar e toranja, tártaro de atum de barbatana amarela com Granny Smith, foie gras e um pistácio desintegrado, ceviche de camarão jumbo com coentros, entre outras iguarias. PSL
# Bairro ao Rio | Abrantes
A travessia da barragem de Castelo de Bode esconde um segredo bem guardado: o Bairro ao Rio, na Aldeia do Mato. Basta atracar o barco e percorrer o caminho a pé. Lá dentro estará Miguel Francisco, que há 7 anos decidiu apostar nesta paixão antiga pela região, e dar ao peixe do rio um lugar de destaque. O desvio impõe saborear lúcio-perca grelhado, devidamente acompanhado com migas e açorda de ovas. Há quem opte pelo mais comum achigã, ou ainda pelo naco de carne ou pela costeleta de vitela. Seja pelo que for, o restaurante conta com uma clientela fiel que ajuda a contar uma história tão intensa quanto o rio Zêzere. PSL
# Kappo | Cascais
Tiago Penão sonhava abrir uma escola de surf mas hoje desafia as ondas da cozinha nipónica, à frente do Kappo, que abriu no centro cascalense, depois de um percurso em moradas Michelin (como o sueco Frantzén e o sintrense Midori). Ali, junta-se tradição e minimalismo, numa relação de proximidade entre chef e comensal, apoiada em cozidos a vapor, caldos, grelha a carvão, frituras e crus. A lógica omakase (“ficar nas mãos do chef”) impera nos menus de degustação, onde couberam este ano propostas como sapateira de Cascais com gelatina de tosazu, amêijoas de Aveiro cozinhadas em saké, ou fígado de tamboril com wasabi fresco. Imperdível é a lula gigante dos Açores em sashimi. NC
Tiago Penão, do Kappo. (Fotografia: DR)
# Midori | Sintra
A cozinha e a técnica podem ser japonesas, mas a alma do Midori será sempre portuguesa. É deste equilíbrio que vive o restaurante liderado por Pedro Almeida, detentor de uma estrela Michelin. A visita da Evasões, após a reabertura do espaço, no verão, coincidiu com a prova de novas e clássicas propostas, fiéis à ótica kaiseki (fine dining japonês assente no produto da estação), como a sopa de miso de bacalhau com coentros, do carabineiro curado com puré de cenoura algarvia, da couve dengaku com pilpil de bacalhau ou dos niguiri, onde brilham gamba riscada, lula, atum, toro e cogumelos. A vista não fica aquém do que chega à mesa, de olhos postos nos jardins do Penha Longa e na Serra de Sintra. NC
Midori (Fotografia: Martin James)