Os vinhos com a denominação de origem Douro provêm da mesma área territorial que, em finais do século XVIII, ao tempo e por iniciativa do Marquês de Pombal, foi demarcada para a produção do vinho do Porto. Nesta iniciativa do fogoso ministro de D. José I, revelava-se o interesse – entre outros – de promover a qualidade de um vinho singular que tinha dado fama e proveito à região e que estava ameaçado. Em consequência, o vinho do Porto tornou-se um caso de sucesso só explicável pela sua qualidade excecional, que muito deve ao território singular onde nasce. Não sucedeu outro tanto com os vinhos regionais – branco, tinto, rosado e outros –, que permaneceram discretos, pelo menos até meados do século passado, quando Fernando Nicolau de Almeida criou o Barca Velha, da Casa Ferreirinha.
Foi a prova que faltava para demonstrar a aptidão do território e das castas autóctones para a produção do vinho do Porto e, também, de outros vinhos da mais alta qualidade. Só em 1982 surgiu a Denominação de Origem Controlada (DOC) na região correspondente à antiga demarcação Douro, a fim de se proteger a originalidade e as características específicas dos seus vinhos. E depressa os vinhos do Douro revelaram a sua grandeza com brancos e tintos excecionais – uns para beber jovens, outros de guarda –, com rosés aromáticos e sedutores, com espumantes, com colheitas tardias e com moscatéis, não raro surpreendentes.
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