Rui Reboredo Madeira, uma história com duas décadas

A experimentar

O périplo da Revista de Vinhos pelo universo de Rui Roboredo Madeira começou na zona raiana, nas terras altas da Beira Interior – mais concretamente em Vermiosa, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo –, onde o solo granítico se confunde com filões de quartzo em vinhedos localizados a 750 metros de altitude.

E fazia todo o sentido começar por aqui, porque é nestas paragens que o prolífico enólogo e produtor tem as suas raízes (“Estamos a oito quilómetros da casa do meu avó-paterno, aqui conheço a vinha, conheço as pessoas, conheço tudo”, diz-nos Rui Madeira); porque fez aqui a sua primeira vindima – já lá vão 35 anos; porque a adega e vinha da Beyra foi o seu mais recente investimento; e porque são daqui alguns seus vinhos mais diferenciados, mais singulares ou com mais “personalidade” – se quisermos chegar ao ponto de dar ao vinho características antropomórficas.

Depois ainda passaríamos por Freixo de Numão, para provarmos vinhos na Quinta da Pedra Escrita, fechando o dia em São João da Pesqueira, onde o criador dos vinhos Castello d’Alba tem montado o seu centro operacional, as cubas de maior dimensão e uma vasta zona de armazenagem.

Mas é na adega e vinha da Beyra que percebemos melhor a essência (e os vinhos) de Rui Roboredo Madeira, porque é aqui que lhe detetamos um indisfarçável brilhozinho nos olhos, sinais de maior afetividade e uma inegável ligação telúrica à zona onde nasceu e cresceu, uma vez que não estamos muito longe de Almendra onde fica a casa dos seus progenitores, a conhecida Casa Agrícola Roboredo Madeira (CARM), também produtora de vinhos e azeites de enorme qualidade.

Embora tenha alicerçado a sua carreira de produtor e enólogo no Douro, é nestas altitudes (e latitudes) frias da Beira Interior, portanto, que Rui Roboredo Madeira mais gosta de estar: “Aqui temos uma liberdade criativa que o Douro não tem, onde há constrangimentos de diversa índole, políticos, sociais, etc. Aqui sinto-me mais livre, esta é a menina dos meus olhos”, confessa o enólogo e produtor, lembrando que “sempre quis ter alguma coisa independente da família, pois desde os 16 anos que já comprava e vendia coisas, sempre fui um bocado empreendedor, e se não fosse isto da Covid já estava seguramente a fazer mais uma coisa nova”.

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