O nosso corpo é uma espécie de computador gigante, onde tudo está interligado, onde tudo se afecta mutuamente.
Ser saudável, nos dias que correm, pode ser uma grande dor de cabeça. De todos os cantos, pulam conselhos e recomendações: quais os alimentos mais saudáveis, quanta água devemos beber, quanto exercício físico devemos fazer, quantas horas temos de dormir, quais os vícios que temos de largar, quais as práticas de autocuidado que temos mesmo de seguir. Para complicar, são frequentemente contraditórios. Acabamos inundados por um mar de informação, a acreditar que não estamos a fazer “a coisa certa”, e isso converte esta história do “ser saudável” num autêntico martírio para muitas pessoas. Já experimentaram tudo, já seguiram todas as dietas, até fazem meditação. Então, por que não se sentem saudáveis?
Falar sobre saúde holística ainda arrepia muita gente, que identifica imediatamente este conceito com o de medicina alternativa e com a negação da ciência e da medicina convencional. Nada disso. Quando muito, ela combina esses dois mundos. A saúde holística encara o ser humano com um todo e parte do princípio de que o nosso bem-estar é afectado por vários factores (físicos, emocionais, sociais, espirituais, mentais). Quando um está em desequilíbrio, pode afectar os outros e comprometer a nossa saúde geral. Por isso, quando queremos “tratar” um determinado problema, temos de perceber qual a sua causa (ou causas), e não ficarmo-nos apenas pelo tratamento dos sintomas.
O que lhe proponho neste Dia Mundial da Saúde, é fazer um mini check-up à sua saúde holística. Não falo de exames ou análises (mas é bom que os faça, regularmente!), mas sim de dedicar algum tempo a ouvir o seu corpo e a reconhecer os sinais que ele lhe dá. Este exercício permite identificar e investigar sintomas, reconhecer os “suspeitos do costume” e ligar algumas pontas soltas. Pegue num bloco de notas e numa caneta, e vamos a isso.
Identificar e investigar sintomas
Comece por listar todos os sintomas de saúde que lhe causam desconforto, dor ou medo/receio, seja de ordem física ou emocional (ex: inchaço abdominal, cansaço, falta de energia, ansiedade, stress, apetite descontrolado, dores musculares, dores de cabeça, aumento/perda de peso, etc.).
Investigue esses sintomas. Para cada um, responda: quando e com que frequência ocorrem? Estão associados a alguma situação/comportamento ou há algum padrão associado? Como estão a ser tratados?
Reconhecer os “suspeitos do costume”
Muitos dos nossos sintomas podem ter origem em duas áreas: a alimentação primária e a alimentação secundária. A segunda diz respeito à comida que pomos no nosso prato; a primeira, aos outros “alimentos” que fazem parte da nossa vida e que têm um papel determinante na nossa saúde, bem-estar e felicidade, além de também influenciarem a nossa relação com a nutrição propriamente dita.
Alimentos secundários:
- Alimentação natural vs. alimentação processada
- Consumo de água
- Consumo de açúcar
- Consumo de cafeína e álcool
- Possíveis sensibilidades alimentares (ex: glúten, lactose)
- Como comemos (rapidez, quantidade)
Alimentos primários:
- Hábitos de sono
- Níveis de stress
- Actividade física
- Relacionamentos
- Carreira e finanças
- Espiritualidade
Neste mini check-up, vamos ver cada um destes tópicos em detalhe, através de um pequeno questionário.
Investigar e questionar
Para saber em que ponto está ao nível da alimentação secundária e primária, responda às seguintes perguntas.
Hoje em dia, já todos temos mais ou menos uma ideia do que é uma alimentação saudável: consumir boas quantidades (e variedade) de vegetais e fruta, escolher boas fontes de proteína (ex: carne, peixe, ovos, leguminosas), hidratos de carbono (de preferência, complexos, como arroz, massa, pães integrais, aveia ou outros cereais integrais) e gorduras saudáveis (como azeite, abacate, peixes gordos, frutos secos ou sementes).
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