Pelas mãos hábeis das enólogas Sandra Tavares e Susana Esteban passaram as malhas com que foi entretecido o Tricot Vinho Regional Alentejano 2019, tinto com perfil muito elegante e personalizado. Os nomes das autoras são bem conhecidos, porque ambas assinam outros vinhos, de projetos diferentes, e tanto os de uma como os de outra se distinguem pela qualidade, sempre acima da média ou mesmo excecional. No Tricot – e no Crochet, outro vinho desta dupla, este originário do Douro –, elas partilham sensibilidade, rigor e talento, e o resultado são vinhos muito bons. Digamos que são malhas que a amizade tece para nosso grande conforto.
Dizer conforto, a propósito de um vinho, é dar expressão ao prazer de bebê-lo, como sucede com o Pegos Claros Reserva 2016. Trata-se de um tinto elaborado exclusivamente com uvas da casta Castelão, oriundas de vinhas velhas da Herdade de Pegos Claros, Palmela – média de 70 anos –, vinificadas à maneira tradicional com pisa a pé, fermentação parcial em lagar, com algum engaço, estágio em barricas usadas de carvalho francês e longo repouso em garrafa. Tem personalidade e classe que o preço, de apenas dez euros, não faria supor. Apetece sempre, à refeição e fora dela.
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