A agricultura biológica dá lucro se a venda dos produtos for essencialmente feita diretamente ao consumidor e não passar por intermediários. A convicção é de Valter Miranda, um jovem agricultor que em sociedade com Pedro Trindade, apostaram numa exploração agrícola dedicada à produção de hortícolas e frutícolas em modo de produção biológica.
«Se a venda for direta [ao consumir], poderá ser rentável. Se for a vender através de intermediários – não tenho nada contra – a margem [de lucro] é menor», ou seja «o biológico para ser mesmo rentável terá que ser uma venda direta», conclui.
Já no que diz respeito ao reconhecimento dos consumidores pelo valor acrescentado dos produtos Bio, Valter Miranda é da opinião que ainda «há muitas pessoas que preferem gastar dinheiro nuns óculos de sol ou no telemóvel do que na saúde», faz esta apreciação por entender que comprar produtos da agricultura biológica «é investir na saúde». Isto porque é da opinião que a acumulação dos químicos na agricultura convencional «tem efeitos nocivos na saúde». Reconhece porém que há pessoas que não têm poder de compra para adquirir produtos Bio, mas também tem plena convicção que «há muitas pessoas que têm poder de compra e mesmo assim não estão viradas para aí (biológico)». Admite que seja por «falta de cultura», uma realidade que admite estar a mudar, porque «as novas gerações estão mais despertas» para o consumo de produtos biológicos, além de notar que também «há cada vez mais procura» pelos produtos produzidos de forma mais sustentável.
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